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heleine
fernandes

poeta e professora carioca, nascida e criada na favela da rocinha, é doutora em teoria literária pela universidade federal do rio de janeiro.

é autora do livro de poemas nascente (garupa e kza1. 2021) e do livro de ensaio a poesia negra-feminina de conceição evaristo, lívia natália e tatiana nascimento (malê, 2020). 

a paixão segundo g.h.
clarice lispector

leitura de adolescência. eu lia clarice lispector e não entendia nada, mas ficava tomada por um transe! ela me levava para um lugar de intimidade que até hoje é muito importante para mim. percebi que eu podia usar as palavras não só para transmitir mensagens, mas também para provocar sensações e dar materialidade ao que era muito sutil.

poema sujo
ferreira gullar

esse livro me atravessou de um modo muito intenso. estava na graduação, lembro que virei a noite lendo e fiquei siderada com aqueles versos narrativos que falavam do corpo e da periferia de modo muito pulsante. recorri aos versos do poema sujo muitas vezes.

quarto de despejo
carolina maria de jesus

leitura de uma vida. ali a favela é o centro da subjetividade. precisei de muito tempo para ler até o final, pois os diários me atravessavam de maneira muito avassaladora. carolina foi a primeira escritora negra que li. ela me ensina muito sobre como viver e escrever.

a teus pés
ana cristina cesar

a intimidade era teatro nos diários-cartas-poemas. aprendizado importante. contar a própria história: paixão, sedução e enigma. o eu devorando a si mesmo.

PONCIÁ VIVÊNCIO
CONCEIÇÃO EVARISTO

livro emprestado por uma amiga querida, que se tornou ainda mais querida depois desta indicação. a história de ponciá me abriu os caminhos da literatura negra-brasileira contemporânea e me ajudou no meu processo de reconexão com a ancestralidade.

água negra e outras águas
lívia natália

meu reencontro com a cosmovisão yorubá está muito atrelada aos poemas de lívia natália, que me conduziram neste sentido. escrita das águas, que toca fundo no inconsciente. escritora primorosa que precisa ser mais lida e reconhecida.

a unicórnia preta
Audre lorde

conheci audre lorde através de outra poeta também muito importante para mim, a tatiana nascimento. neste livro, cada poema é um portal de reconexão com a ancestralidade. figurações da mulher negra no lugar de poder e de saber, um ebó curativo.

amada
toni morrison

depois de ler este livro fiquei com vontade de escrever prosa. todos os pelos do corpo arrepiados ao longo das quase 400 páginas. toni morrison é uma contadora de histórias assombrosa. neste livro, ela parte de uma notícia de jornal sobre uma mulher negra escravizada nos eua que havia matado a filha para livrá-la do cativeiro. através da escrita, toni morrison torna audíveis vozes silenciadas pela história.