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fred di
giacomo

autor do romance desamparo (finalista do prêmio são paulo de literatura 2019), dos infantis haicais animais (2013) e felicidade tem cor (2016) e dos contos reunidos em canções para ninar adultos (2012).
editou e organizou o livro prato firmeza: o guia gastronômico das quebradas de sp (finalista do prêmio jabuti 2017) e co-organizou a antologia pandemônio: nove narrativas entre são paulo – berlim (2020).
em sua biblioteca essencial, estão livros que influenciam a sua escrita hoje.

MERIDIANO DE SANGUE
CORMAC MCCARTHY

quando acabei de escrever meu desamparo, li harold bloom comentar este épico do western gore e pensei “era isso que gostaria de ter escrito”. fantasia, violência e pesquisa histórica se misturam em uma obra-prima contemporânea que pariu o juiz holden, personagem síntese de nossa era.

A QUEDA DO CÉU
DAVI KOPENAWA E BRUCE ALBERT

o tamanho desta obra mede-se na frase de micheliny verunschk que a considera “o livro sagrado do brasil, como o mahabharata, a torá e outros livros sagrados de outros povos”. kopenawa e albert gravam em pedra histórias e mitos dos yanomamis numa epopeia diferente de tudo que já li.

grande sertão: veredas
guimarães rosa

grande sertão é, provavelmente, meu livro favorito. tanto pelo trabalho de linguagem – que funde dialeto caipira do norte de minas com invencionices cultas – quanto por sua trama aventureira e a profundeza das reflexões metafísicas. é a chave para grande parte do que escrevo.

UM DEFEITO DE COR
ANA MARIA GONÇALVES

as 500 primeiras páginas desta odisseia sobre a vida da escravizada luísa mahin, em sua jornada áfrica – brasil – áfrica, são o que melhor se escreveu em língua portuguesa neste século. devorei o calhamaço durante um feriado e, quando voltei para casa, comecei meu primeiro romance.

O LIVRO DE AREIA
JORGE LUIS BORGES

sempre que penso em um conto perfeito, penso em borges. penso no impacto que o livro de areia teve em mim muitos anos atrás. ele condensa outras influências que não couberam nessa lista: stevenson, poe, kafka, lovecraft… há algo do realismo mágico que ecoa nestas páginas também.

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
LEWIS CARROLL

os anos se passam e eu fujo de alice como o coelho branco que corre atrasado em direção à rainha de copas, mas sempre acabo engolido pela vertigem de cair em seu buraco profundo de linguagem e simbolismo que nos leva aos terrenos pantanosos do subconsciente.